5 de abril de 2010

Negócios “Made in China”


A distância física entre Lisboa e Pequim parece assustar os empresários portugueses, são mais de 9700km’s em linha recta mas nós já lá estamos, somos poucos e corajosos face ao incentivo interno que não existe. As dimensões continentais da China dão a possibilidade de se aceder a um dos mercados mais promissor do Séc. XXI.


O país mais populoso do planeta é, também, o campeão no recebimento de investimentos externos, é já a terceira maior economia mundial (atrás do Japão e dos Estados Unidos) e em 2010 já estará a liderar este ranking.

A China é considerada um mercado atractivo e importante pelos portugueses, contudo, a sua presença é ainda incipiente. De acordo com as estatísticas do Ministério do Comércio Externo chinês, foram realizados, em 2005, 20 projectos de investimento português (num total de 4,23 milhões de euros), face a 172 de Espanha.


Apesar do pequeno crescimento das empresas nacionais na China, à luz dos principais critérios económicos, 52,2% dos empresários consideram que têm "muito sucesso ou sucesso" no mercado chinês. E 39,1% responderam que têm sucesso, embora pouco.

Esta aparente contradição pode explicar-se com a "visão de longo prazo que os empresários revelaram ter do mercado chinês. Não são esperados resultados e retornos imediatos.


Não existem estímulos internos para escolher o mercado chinês. Por outro lado, outros governos, como o espanhol, têm “tasks forces” no terreno para ajudar as empresas, identificam oportunidades e criam fundos de apoio".

A necessidade de formar quadros especializados em questões chinesas é uma realidade: técnicos básicos para gestão e manutenção da tecnologia chinesa; sociólogos e antropólogos para que saibamos ser bons anfitriões dos chineses. Mas também para nos defendermos contra possíveis anomalias; tradutores para que possam informar e ser informados sobre o que fazem e as perspectivas futuras.

Segundo dados do ICEP (agora AICEP - Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal), relativos a Dezembro de 2006, sem contar com Macau e Hong Kong, existem 27 empresas portuguesas na China, a quarta economia mundial seguir aos Estados Unidos, Japão e Alemanha.

As empresas portuguesas na China distinguem-se entre as que estão no país para vender, como a Iberomoldes, a Amorim e a Yantay Kylin, dos produtos de cortiça, a Tekever, Altitude e CTCC-Archway, das tecnologias de informação, a Filstone, de pedras ornamentais, as Caves Arcos dos Reis, dos vinhos, ou a Efacec, do sector da electromecânica, e as empresas que estão na China para comprar, com o a Cleverplus, os hipermercados Modelo Continente ou a empresa têxtil Organtex.



Leitura adicional: Ilhéu, Fernanda (2006), A Internacionalização das Empresas Portuguesas e a China, Almedina.

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